terça-feira, 22 de junho de 2010

O Inimigo pode estar muito mais perto do que você pensa.

Esta é uma história real (Aqui, vamos mudar os nomes, para preservar as fontes – Os relatos são fortes)



Aline - profissional da saúde, solteira, 35 anos. (Tia)
Ana - irmã mais velha de Aline. Brasileira, casada, mãe de Bruna.
Marco – Italiano,  casado com Ana; pai de Bruna.
Bruna – 6 anos.

Num  final de semana, há alguns anos, Bruna se queixa com a tia sobre dores, ao sentar-se. Aline faz algumas perguntas e fica desconfiada com as respostas dadas pela menina. 

Preocupada, aproveita a ida de Ana para buscar a filha e conversa.
“Ana, estou preocupada com a Bruna. Ela está se queixando de dores quando se senta e relatou que tem tomado banho junto com o pai. Por favor, mana, evite esse contato íntimo do Marco com a Bruna. Isso pode trazer problemas.”
“Que absurdo, Aline! Marco é pai da Bruna e nós sempre tivemos o hábito de tratar tudo com naturalidade. Você é muito maldosa!”

Irritada com as suspeitas de Aline, Ana pega Bruna e vai embora. Aline fica preocupada e resolve observar a sobrinha mais de perto.

No mês de  Julho, Aline pede à irmã que deixe Bruna passar as férias escolares em sua casa e leva a sobrinha.

Com jeito, e em brincadeiras infantis, Aline usa bonecas e incentiva a menina a desenhar sua realidade familiar. A menina desenha o pai nu (com o membro enrijecido), a mãe nua e a si mesma nua, sempre. Aline tenta ser o mais natural possível e faz perguntas à menina, sobre os desenhos.

“Bruna, por que o papai está desenhado assim? (Aponta para o membro enrijecido do pai)”. Bruna, de forma bem infantil e natural diz: “Por que o papai fica sempre assim. Tia, você sabia que o papai tem cabelo ali?”

Aline fica horrorizada, mas, controla-se e continua a conversa.

“Filhinha, como é que você sabe que o papai tem cabelo ali?”
“Por que o papai sempre pede pra eu lavar o pipiu dele, quando a gente toma banho”.

Apavorada, Aline leva Bruna a uma amiga Psicóloga, sem o conhecimento dos pais. A amiga aplica testes apropriados em Bruna e diagnostica o real abuso sexual ao qual a criança é exposta dentro de casa.

No dia seguinte, logo cedo, Marco vai buscar Bruna. Aline pede que ele espera na sala, enquanto troca de roupas.

Ao chegar na sala, testemunha o pai tocando as partes íntimas da menina e grita.

Marco foge de carro, deixando Bruna. Segue direto para casa e formata o computador, para apagar todo o conteúdo.

Aline pega Bruna e a leva à delegacia. Presta queixa contra o pai e pede exame de corpo de delito.

O delegado manda uma viatura à casa de Marco, em tempo de pegá-lo. Levam o pai e o computador, à delegacia.

Após o exame, fica constatado o abuso sexual e a invasão retal na menina de seis anos. As lesões não deixam nenhuma dúvida e a criança é entregue, temporariamente aos cuidados da tia.

Marco aguarda numa cela.

A perícia feita no computador, mesmo com os dados apagados, consegue recuperar inúmeras fotos de crianças nuas, atos de pedofilia e, inclusive, fotos da própria filha.

Para a surpresa de todos, não apenas a mãe de Bruna, mas, toda a família, fica contra Aline. A casa onde moram pertence a Marco e a família fica com medo de perder o direito de usar a casa. A avó de Bruna é a mais indignada com a atitude de Alice: “Esta casa é deles, nós moramos sem pagar aluguel. Como é que vai ser se eles resolverem pedir a casa?”

Aline fica muito triste com a atitude generalizada da família: “A que preço vocês estão dispostos a continuar morando nesta casa? A Bruna tem preço?”

Ana, mãe da vítima, reage violentamente contra a irmã e ignora os fatos mostrados no laudo da perícia. Aline conclui que ela sabia.

A menina é encaminhada para tratamento psicológico e médico, por causa das lesões internas que sofreu.

Marco paga a fiança e responde o processo em liberdade, continuando a morar com a mulher.

Um tempo depois, Marco é condenado, mas, por causa de suas ligações políticas e contatos influentes, não vai preso. Sua sentença é paga com cestas básicas e serviço comunitário (aulas de Italiano gratuitas em comunidade carente).

A mãe, Ana, recupera a guarda da filha, o que deixa, novamente a tia, triste e preocupada. 

Dentro deste tempo, Marco já havia pedido a casa onde a avó e outros filhos viviam e, estes alugaram um outro local de moradia, ainda indignados com Aline.

Está história é real e tremendamente triste. A menina, continuou a morar com o pai agressor, agora, sob vigilância da justiça.

Passados alguns anos, Marco inicia um processo de esquizofrenia e começa a ouvir vozes e ter visões. Numa de suas crises, sofre um infarto, enquanto grita: “Manda ela sair de perto de mim! Ela está me perseguindo!”

No hospital, depois de ser socorrido na emergência, apesar dos esforços dos médicos, morre.

Bruna, hoje, tem 16 anos; mora com Ana, sua mãe e é uma bela adolescente.

As marcas que Bruna carrega? Ninguém é capaz de imaginar. Será que lembra de tudo o que sofreu? Sua vida será normal, quando tiver seus próprios filhos?

Ninguém é capaz de dizer até onde podem ir as marcas de uma violência sexual.

Para nós, fica a lição: O pedófilo pode estar mais perto do que você imagina. Cuidem de suas crianças, observem seus comportamentos, brincadeiras, atitudes com adultos. Vigie-as, mesmo dentro de seu núcleo familiar.

Não sou poucos, nem raros, os casos de pedofilia, dentro da própria família.

“Não me arrependo, nem um minuto, de ter denunciado o caso de minha sobrinha. Apesar de minha família ter me sentenciado, julgado e ficado, incrivelmente contra mim, a criança era a vítima. Graças a Deus, mesmo depois de voltar à casa dos pais, nunca mais Bruna foi molesta. Se fosse necessário, faria tudo outra vez”, afirma Aline.

O agressor pode estar mais perto do que imaginamos.

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