Esta é uma história real (Aqui, vamos mudar os nomes, para
preservar as fontes – Os relatos são fortes)
Aline - profissional da saúde, solteira, 35 anos. (Tia)
Ana - irmã mais velha de Aline. Brasileira, casada, mãe
de Bruna.
Marco – Italiano,
casado com Ana; pai de Bruna.
Bruna – 6 anos.
Num final de
semana, há alguns anos, Bruna se queixa com a tia sobre dores, ao sentar-se.
Aline faz algumas perguntas e fica desconfiada com as respostas dadas pela
menina.
Preocupada, aproveita a ida de Ana para buscar a filha e conversa.
“Ana, estou preocupada com a Bruna. Ela está se queixando
de dores quando se senta e relatou que tem tomado banho junto com o pai. Por
favor, mana, evite esse contato íntimo do Marco com a Bruna. Isso pode trazer
problemas.”
“Que absurdo, Aline! Marco é pai da Bruna e nós sempre
tivemos o hábito de tratar tudo com naturalidade. Você é muito maldosa!”
Irritada com as suspeitas de Aline, Ana pega Bruna e vai
embora. Aline fica preocupada e resolve observar a sobrinha mais de perto.
No mês de Julho,
Aline pede à irmã que deixe Bruna passar as férias escolares em sua casa e leva
a sobrinha.
Com jeito, e em brincadeiras infantis, Aline usa bonecas
e incentiva a menina a desenhar sua realidade familiar. A menina desenha o pai
nu (com o membro enrijecido), a mãe nua e a si mesma nua, sempre. Aline tenta
ser o mais natural possível e faz perguntas à menina, sobre os desenhos.
“Bruna, por que o papai está desenhado assim? (Aponta
para o membro enrijecido do pai)”. Bruna, de forma bem infantil e natural diz:
“Por que o papai fica sempre assim. Tia, você sabia que o papai tem cabelo
ali?”
Aline fica horrorizada, mas, controla-se e continua a
conversa.
“Filhinha, como é que você sabe que o papai tem cabelo
ali?”
“Por que o papai sempre pede pra eu lavar o pipiu dele,
quando a gente toma banho”.
Apavorada, Aline leva Bruna a uma amiga Psicóloga, sem o
conhecimento dos pais. A amiga aplica testes apropriados em Bruna e diagnostica
o real abuso sexual ao qual a criança é exposta dentro de casa.
No dia seguinte, logo cedo, Marco vai buscar Bruna. Aline
pede que ele espera na sala, enquanto troca de roupas.
Ao chegar na sala, testemunha o pai tocando as partes
íntimas da menina e grita.
Marco foge de carro, deixando Bruna. Segue direto para
casa e formata o computador, para apagar todo o conteúdo.
Aline pega Bruna e a leva à delegacia. Presta queixa
contra o pai e pede exame de corpo de delito.
O delegado manda uma viatura à casa de Marco, em tempo de
pegá-lo. Levam o pai e o computador, à delegacia.
Após o exame, fica constatado o abuso sexual e a invasão
retal na menina de seis anos. As lesões não deixam nenhuma dúvida e a criança é
entregue, temporariamente aos cuidados da tia.
Marco aguarda numa cela.
A perícia feita no computador, mesmo com os dados
apagados, consegue recuperar inúmeras fotos de crianças nuas, atos de pedofilia
e, inclusive, fotos da própria filha.
Para a surpresa de todos, não apenas a mãe de Bruna, mas,
toda a família, fica contra Aline. A casa onde moram pertence a Marco e a
família fica com medo de perder o direito de usar a casa. A avó de Bruna é a
mais indignada com a atitude de Alice: “Esta casa é deles, nós moramos sem
pagar aluguel. Como é que vai ser se eles resolverem pedir a casa?”
Aline fica muito triste com a atitude generalizada da
família: “A que preço vocês estão dispostos a continuar morando nesta casa? A
Bruna tem preço?”
Ana, mãe da vítima, reage violentamente contra a irmã e
ignora os fatos mostrados no laudo da perícia. Aline conclui que ela sabia.
A menina é encaminhada para tratamento psicológico e
médico, por causa das lesões internas que sofreu.
Marco paga a fiança e responde o processo em liberdade,
continuando a morar com a mulher.
Um tempo depois, Marco é condenado, mas, por causa de
suas ligações políticas e contatos influentes, não vai preso. Sua sentença é
paga com cestas básicas e serviço comunitário (aulas de Italiano gratuitas em
comunidade carente).
A mãe, Ana, recupera a guarda da filha, o que deixa,
novamente a tia, triste e preocupada.
Dentro deste tempo, Marco já havia pedido
a casa onde a avó e outros filhos viviam e, estes alugaram um outro local de
moradia, ainda indignados com Aline.
Está história é real e tremendamente triste. A menina,
continuou a morar com o pai agressor, agora, sob vigilância da justiça.
Passados alguns anos, Marco inicia um processo de
esquizofrenia e começa a ouvir vozes e ter visões. Numa de suas crises, sofre
um infarto, enquanto grita: “Manda ela sair de perto de mim! Ela está me
perseguindo!”
No hospital, depois de ser socorrido na emergência,
apesar dos esforços dos médicos, morre.
Bruna, hoje, tem 16 anos; mora com Ana, sua mãe e é uma
bela adolescente.
As marcas que Bruna carrega? Ninguém é capaz de imaginar.
Será que lembra de tudo o que sofreu? Sua vida será normal, quando tiver seus
próprios filhos?
Ninguém é capaz de dizer até onde podem ir as marcas de
uma violência sexual.
Para nós, fica a lição: O pedófilo pode estar mais perto
do que você imagina. Cuidem de suas crianças, observem seus comportamentos,
brincadeiras, atitudes com adultos. Vigie-as, mesmo dentro de seu núcleo
familiar.
Não sou poucos, nem raros, os casos de pedofilia,
dentro da própria família.
“Não me arrependo, nem um minuto, de ter denunciado o
caso de minha sobrinha. Apesar de minha família ter me sentenciado, julgado e
ficado, incrivelmente contra mim, a criança era a vítima. Graças a Deus, mesmo
depois de voltar à casa dos pais, nunca mais Bruna foi molesta. Se fosse
necessário, faria tudo outra vez”, afirma Aline.
O agressor pode estar mais perto do que imaginamos.
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