Mitos que legitimizadores da violência
doméstica contra crianças
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Nossa
sociedade sempre alimentou a falsa idéia de que a família é sem mácula,
perfeita e harmoniosa.
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Os
estudos de GELLES (1979) e POSTER (1979) mostram que a família nuclear é palco
de toda sorte de violência, estando longe de ser um ambiente imune a contendas.
Tal assertiva se embasa nas diferenças de gênero (masculino e feminino) e
geração (crianças, adultos e idosos), próprias da composição familiar.
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A
privacidade da família deve terminar sempre que existir ameaça da integridade
física e emocional de seus membros.
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Faltam
políticas públicas voltadas para atender a família que vivencia o quadro de
violência doméstica.
Mito
do amor natural dos pais
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Somos
levados a crer que todos os pais amam a seus filhos. Entretanto tal pensamento
não passa de um mito. Na verdade o sentimento de amor materno e paterno, não
são naturais nem incondicionais. Eles devem ser gerados e desenvolvidos durante
o processo de gestação e crescimento de um filho, mas isso pode acabar não
acontecendo.
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Nem
todas as pessoas estão aptas a desempenharem o papel de mãe e pai. Muitas
necessitariam, em primeiro lugar, passar por um processo de cura interior, para
poderem desempenhar bem essas funções ou passarem por um processo de
amadurecimento, a fim de exercerem essa missão com a responsabilidade que lhes
é exigida.
Mito
do fator econômico como causa de violência doméstica
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É
comum o pensamento de que a violência doméstica contra crianças e adolescentes
está associada a família de baixa renda. Entretanto, tal convencimento não
passa de um mito.
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Na
realidade esse fenômeno é universal, presente em todas as camadas sociais, sem
distinção de raça ou nível escolar.
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A
questão está na visibilidade do fenômeno. Ele é mais palpável na classe mais
pobre da sociedade e menos perceptível na classe média e alta. Isso porque
estas, dispõem, para camuflar as marcas desse tipo de violência, mecanismos
mais eficazes.
Mito
das estatísticas
Por se tratar de um fenômeno próprio
do ambiente doméstico, a violência intrafamiliar é de difícil constatação. As
denúncias são raras e os números existentes não condizem com a realidade. Muitos
autores comparam as estatísticas existentes apenas como uma ponta de um grande
iceberg.
As principais causas para a ausência de denúncias são:
a) O muro
de silêncio erguido pelas próprias famílias que não querem compartilhar as
agressões ocorridas em sua intimidade devido ao receio de incriminar a pessoa
do agressor que faz parte da composição familiar.
b) O medo de represálias
c) O
despreparo dos profissionais que não conseguem realizar um diagnóstico correto
quando se deparam com uma criança ou adolescente vitimizado, seja por falta de
conhecimento técnico na área ou por abrigar reticências psicológicas em suas
próprias histórias de vida.
A ausência de denúncias e a
subseqüente precariedade de dados levam a população a crer que a violência
dentro do lar, direcionada a crianças e adolescentes, não existe, ou se existe,
esta é muito pequena e de leves proporções, não chegando a ser um problema
social.
2.
Dados estatísticos x ponta do iceberg
Violência
física
- De hora em hora morre uma criança
queimada, torturada ou espancada pelos próprios pais. Fonte: Unicef
-
12% das 55,6 milhões
de crianças brasileiras menores de 14 anos são vítimas anualmente de alguma
forma de violência doméstica. Ou seja, por ano são 6,6 milhões de crianças
agredidas, dando uma média:
a)
18
mil crianças vitimizadas por dia,
b)
750
crianças vitimizadas por hora
c)
12
crianças agredidas por minuto.
Fonte: Sociedade Internacional de
Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância
Denuncie a violência contra criança e
adolescente ligue:
100 DENÚNCIA NACIONAL
181 NARCODENUNCIA - PARANÁ
156 SOS-CRIANÇA - CURITIBA
Oliveria Filho, por favor entre em contato comigo pelo fone 41-9683-1145 ou fabiomelero@yahoo.com.br para tratar de assunto de seu interesse
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