segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES





Mitos que legitimizam a violência 
doméstica contra crianças

Mito da perfeição familiar


·         Nossa sociedade sempre alimentou a falsa idéia de que a família é sem mácula, perfeita e harmoniosa.
·         Os estudos de GELLES (1979) e POSTER (1979) mostram que a família nuclear é palco de toda sorte de violência, estando longe de ser um ambiente imune a contendas. Tal assertiva se embasa nas diferenças de gênero (masculino e feminino) e geração (crianças, adultos e idosos), próprias da composição familiar.
·         A privacidade da família deve terminar sempre que existir ameaça da integridade física e emocional de seus membros.
·         Faltam políticas públicas voltadas para atender a família que vivencia o quadro de violência doméstica.

Mito do amor natural dos pais
·         Somos levados a crer que todos os pais amam a seus filhos. Entretanto tal pensamento não passa de um mito. Na verdade o sentimento de amor materno e paterno, não são naturais nem incondicionais. Eles devem ser gerados e desenvolvidos durante o processo de gestação e crescimento de um filho, mas isso pode acabar não acontecendo.
·         Nem todas as pessoas estão aptas a desempenharem o papel de mãe e pai. Muitas necessitariam, em primeiro lugar, passar por um processo de cura interior, para poderem desempenhar bem essas funções ou passarem por um processo de amadurecimento, a fim de exercerem essa missão com a responsabilidade que lhes é exigida.

Mito do fator econômico como causa de violência doméstica
·         É comum o pensamento de que a violência doméstica contra crianças e adolescentes está associada a família de baixa renda. Entretanto, tal convencimento não passa de um mito.
·         Na realidade esse fenômeno é universal, presente em todas as camadas sociais, sem distinção de raça ou nível escolar.
·         A questão está na visibilidade do fenômeno. Ele é mais palpável na classe mais pobre da sociedade e menos perceptível na classe média e alta. Isso porque estas, dispõem, para camuflar as marcas desse tipo de violência, mecanismos mais eficazes.

Mito das estatísticas
Por se tratar de um fenômeno próprio do ambiente doméstico, a violência intrafamiliar é de difícil constatação. As denúncias são raras e os números existentes não condizem com a realidade. Muitos autores comparam as estatísticas existentes apenas como uma ponta de um grande iceberg.

As principais causas para a ausência de denúncias são:
a) O muro de silêncio erguido pelas próprias famílias que não querem compartilhar as agressões ocorridas em sua intimidade devido ao receio de incriminar a pessoa do agressor que faz parte da composição familiar.
b) O medo de represálias
c) O despreparo dos profissionais que não conseguem realizar um diagnóstico correto quando se deparam com uma criança ou adolescente vitimizado, seja por falta de conhecimento técnico na área ou por abrigar reticências psicológicas em suas próprias histórias de vida.
A ausência de denúncias e a subseqüente precariedade de dados levam a população a crer que a violência dentro do lar, direcionada a crianças e adolescentes, não existe, ou se existe, esta é muito pequena e de leves proporções, não chegando a ser um problema social.

2. Dados estatísticos x ponta do iceberg
Violência física
- De hora em hora morre uma criança queimada, torturada ou espancada pelos próprios pais. Fonte: Unicef
12% das 55,6 milhões de crianças brasileiras menores de 14 anos são vítimas anualmente de alguma forma de violência doméstica. Ou seja, por ano são 6,6 milhões de crianças agredidas, dando uma média:
a)    18 mil crianças vitimizadas por dia,
b)    750 crianças vitimizadas por hora
c)    12 crianças agredidas por minuto.
Fonte: Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância

Denuncie a violência contra criança e adolescente ligue:
   100 DENÚNCIA NACIONAL
   181 NARCODENUNCIA - PARANÁ
   156 SOS-CRIANÇA - CURITIBA

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