Os
grupos de vítimas de abusos sexuais cometidos por padres pedófilos na Irlanda
se declararam decepcionados com o conteúdo da carta pastoral em que o papa
Bento XVI comenta o assunto. "Sentimos que a carta fica aquém na hora de
abordar as preocupações das vítimas", disse Maeve Lewis,
diretora-executiva da One in Four.
Na
opinião de Lewis, o principal alvo do papa na carta são os padres irlandeses do
baixo clero. Ela também achou que o pontífice se esqueceu da responsabilidade
do Vaticano nos abusos sexuais contra menores cometidos na Irlanda e no resto
do mundo.
Outra
vítima dos abusos sexuais, Andrew Madden, afirmou em nota que a Carta "não
aborda este assunto com total seriedade". "O contexto é, certamente,
inadequado, já que, por definição, uma carta pastoral é dirigida apenas aos
católicos praticantes e, portanto, faz caso omisso de muitas outras pessoas que
se viram afetadas por esta questão", explicou Madden.
"Como
prevíamos, a carta também não aborda nenhum dos assuntos que eu e outros grupos
apresentamos no mês passado em nossa carta aberta ao papa", acrescentou.
Esse texto, além de desculpas, pedia que o Vaticano reconhecesse sua culpa nos
casos e que o papa aceitasse a renúncia de vários integrantes do alto clero
irlandês, inclusive a do cardeal Brady.
"Uma
carta pastoral não é a maneira de dar uma resposta aos relatórios de Ferns,
Ryan e Murphy, que tratavam de violações, maus-tratos e abusos sexuais contra
crianças cometidos por padres e religiosos neste país e que foram ocultados
pelas autoridades da Igreja", concluiu Madden.
Nenhum comentário:
Postar um comentário