domingo, 17 de fevereiro de 2013

O DISCURSO MUDO

Dia após dia. Ano após ano. Desde a criação até agora. Desde agora e para toda a eternidade. O discurso é sempre o mesmo. Não muda nunca: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos” (Sl 19.1).O discurso é repetitivo: “Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite” (Sl 19.2). Os céus e o firmamento, o dia e a noite, todos sabem de cor a mensagem que lhes cabe anunciar a todos os seres viventes.
Embora sem palavras, nem faladas nem escritas, esse discurso mudo “ressoa por toda a terra, e as palavras, até os confins do mundo” (Sl 19.4).
“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos” por meio da imensidão do universo, da beleza da criação, das coisas grandes e das coisas pequenas, das leis físicas já descobertas e enunciadas, e das leis que ainda estão envolvidas em mistério.
Esse discurso sem palavras é o discurso que Jesus nos mandou fazer quando disse que nós somos a luz do mundo: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5.16).
Precisamos aprender a arte do discurso mudo, que não entope os ouvidos de ninguém, mas transmite uma mensagem clara. O discurso mudo fala por meio da encarnação, da aproximação, da simpatia, da capacidade de ouvir, do olhar manso, da mão estendida, do respeito, do perdão, da não-agressão, da não-violência, da não-imposição, do amor, do caráter.

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